Raphael, A Escola de AthenasOs antigos filósofos (naturalmente) pensavam muito mais do que liam. Eis porque se agarravam tão tenazmente ao concreto. A imprensa modificou as coisas. Lê-se mais do que se pensa. Não temos hoje filosofias mas apenas comentários, à idade dos filósofos que se ocupavam de filosofia sucedeu a idade dos professores de filosofia que se ocupam de filósofos. Há nesta atitude ao mesmo tempo modéstia e impotência. E um pensador que começasse o seu livro por estas palavras: 'Tomemos as coisas a partir dos seus princípios' ficaria exposto aos sorrisos. Chegou-se ao ponto em que um livro de filosofia que fosse hoje publicado e não se apoiasse em nenhuma autoridade, citação, comentários, etc., não seria tomado a sério. E no entanto ...
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Arriscar-se a definir filosofia é hoje difícil, porque há muito a considerar. As especulações se entrecruzaram de tal maneira, que o assunto criou um terreno complexo. As informações, o conhecimento que a história do pensamento nos transmite, nos leva a uma multidão sem unidade, que convive deficientemente.
ReplyDeleteO mundo natural, a que os filósofos gregos chamaram physis (natureza), representou para nosso desenvolvimento cultural o enigma primeiro, de onde partiram as filosofias, os conhecimentos.
A filosofia atual, no entanto, já não se ocupa mais da physis, mas com o material intelectual, as idéias, que foram produzidas sobre ela, e constituem a "mente" do saber ocidental.
No nosso mundo, esquece-se muito facilmente do objeto, o que está diante, o que é preciso conhecer segundo a filosofia das origens, ainda nos pré-socráticos, e passa-se muito facilmente a constituir como objeto as próprias idéias. Há algum problema aí. Objeto é o que está diante, não o que está dentro, não são as memórias.
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Abraços