Por que, pois hás machucado
Este meu coração,
não o curaste
E já que o tinhas roubado
Por que assim o deixaste
E não ficas com o roubo que roubaste
Mostre a sua presença!
Que me mate sua visão e beleza
Olha que esta doença
De amor não se cura
A não ser com a presença e a figura.
Juan de la Cruz
Pelas ruas de Avila, frias e vazias no final do outono, junto ao eco de meus passos por estas ruas de pedra ainda se escutam os sussurros e gemidos de Juan e Teresa, os pensamentos e pecados nas ruas de Avila.
Teresa amava Jesus e fugiu para o convento, depois amou Juan que tanto Cristo amava. Ainda sinto o calor deste triângulo nas ruas e casas de pedras frias. De fora das muralhas, o vento trás os gemidos da Teresa, a paixão ardente que abrasava no convento das carmelitas.
Enquanto no claustro da catedral Juan se flagelava para conter a paixão por Teresa, escrevia versos ao senhor e à alma e os recitava como oração pelas desertas ruas. As muralhas que os separavam, ficaram impregnadas deste amor e ainda hoje, todas as paredes ainda sussurram, gemem os versos de paixão que não continham os nomes dos enamorados.
Um triângulo de amor, um tributo que a igreja não aceita o amor entre Cristo e os mortais e de mortais por deus. E ainda hoje acreditam que amar é pecado.
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